sábado, 8 de abril de 2017

Um Nome


Ficam todas ávidos e aflitos por um nome
Para quem ele escreve,
Por quem e de quem tanto se fala
O poema e a poesia de de fato diretas?
O poeta escreve ou descreve de fato um fato?
Ele propõe indiretas em certa medida?
Fala do que vive ou para quem vive?
Vive falando ou narrando suas vivências?
Quer tornar descarado ou encobrir seus casos?
Pois é, por muitas ou diversas vezes
Sou quase sempre assim e com isso questionado
Fui procurar em outros para também entender
Fui de Carlos Drummond a Vinicuis de Moares
A procura de um nome, e da obsessão de escrever
Passei por Mário de Andrade, Machado de Assis
Gonçalves Dias, Cora Carolina, Tobias Barreto
Pablo Neruda, Solano Trindade, Cruz e Sousa
Amiri Baraka, Griot, entre tantos outros,
Mas um nome objetivo não encontrei
Um amor correspondido ali não avistei
Talvez nossa patologia, sejam nossos puros devaneios
A doença que impulsiona o poeta
Não passa pelo mesmo impulso da, do profeta
Quer estejamos falando de dor ou de amor
Falando de sonhos ou pesadelos
Escrevendo, ousando, supondo e imaginado
Quer seja Maria, por amor ou ilusão
Quer seja João, projetando dor e frustração
Quer seja coragem, amor, ousadia e determinação
João amando Maria e Maria a João
O quem sabe Maria com Maria e João com João
Pode ser sonho ou verdadeiro
Pode ser realidade ou devaneio
Pode ser o que você quiser
Pode ser pra você puro preconceito
Ou pode ser para o Poeta
Para a quele que de forma indiscreta expressa
Um conto, uma ruptura, um encontro
E se biografia for, o nome verdadeiro dele ou dela
Não comportaria em apenas uma grafia
Por isso, somos todos os dias, Poesia

Elieser Santos


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